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Tenho algumas coisas para escrever sobre as férias, o tempo vai passando, mas não as esqueço, hoje com tempo, lembrei-me do aperto de coração que sinto cada vez que vou a terras lusas. Sinto Portugal decrépito!
Desta feita fomos à zona da Expo, levantar os cartões de cidadão, queria mostrar os "vulcões de água" ao meu filho, quando me dou conta que só um estava a funcionar, quer dizer, a deitar água constante, porque a explosão de água não aconteceu, nos largos minutos que ficámos ali à espera.
Tive medo que ele corresse no chão de madeira, porque havia falhas em todo lado, bocados levantados, os jardins estavam todos secos, sem uma amostra de verde. Sei que acabou a concessão à Parque Expo e que a Junta de Freguesia, conjuntamente com a Câmara Municipal, têm responsabilidade pelo espaço, mas parece que pouco têm feito.
São cada vez mais os espaços fechados e ao abandono, nas ruas por onde circulei, até mesmo nos centros comerciais, ia à procura de uma loja, já não existia, cheguei a comentar: "vamos lá ver se ainda está aberto".
Vi lixo amontoado e por recolher nas ruas, estradas cada vez mais degradadas, sem falar nos passeios.
E as pessoas?
Tinha ideia de que eramos mais bem-dispostos e alegres, mas cada vez que volto dou-me conta que a "triste sina do fado português" é uma pura realidade intrínseca em cada um, as pessoas estão insatisfeitas, tristes, zangadas, com tudo e com todos. Não há uma conversa onde isso não se reflicta, já nem o "vai-se andando" nos vale.
Não é por ter saído de Portugal que me sinto melhor com tudo isto, antes pelo contrário, custa-me horrores ver ao que o país chegou, o que as pessoas estão a passar.
Li algures que quando emigramos há coisas que mudam em nós, entre elas verificar que Portugal podia ser um país desenvolvido de topo, não é por má governação consecutiva, acredito nisto piamente, porque vejo os contrastes, dou-me conta da forma como se fazem as coisas noutros países, nomeadamente em Inglaterra (e não estou a dizer que aqui é tudo perfeito...muito longe disso!), mas Portugal tem potencialidade e capacidade para mais e melhor.
Mas também verifico que com a crise financeira instalada e com compromissos institucionais assumidos, dificilmente haverá forma de dar volta à questão, não sou economista, nem política, nem pretendo sê-lo, sou apenas mais uma emigrante que cada vez que regressa a "casa" se recente muito por verificar o malogrado estado do país e essencialmente das pessoas.
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