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Não tenho irmãos, sou filha única, por isso, sempre imaginei uma relação com um irmão, se ele/a existisse, como algo perfeito (portanto impossível!!), numa comunhão completa de tudo, do pensamento, da opinião, da amizade, da presença, numa partilha só nossa, do que de mais nosso pode haver.
Como isto nunca vai ser possivel, reflicto nos outros esta minha busca incessante pela relação perfeita com um irmão(ã), sendo o meu marido o principal implicado porque tem uma irmã mais nova. Acabo por condenar certas atitudes e não entendo a relação quase inexistente, que não passa de um olá semanal, com conversas de circunstância acerca de novos jogos ou novas séries televisivas e onde a maior partilha feita é acerca da aquisição de um novo veículo! Em que as divergências de opinião e as mágoas entre ambos, são mais depressa dividias com a Mãe, que passa o tempo a fazer de intermediária, como uma triste vilã de uma qualquer novela venezuelana...
Sofro com isso, consumo-me, sempre numa tentativa vã, de perceber onde se localiza o problema, a falha de comunicação, de tentar remediar anos de vivência que me dizem ser assim e cuja essência nunca vou perceber, porque não a vivencio.
Ontem, acho que finalmente me rendi às evidências, percebi que não vale a pena focalizar mais, nem tentar perceber, ou solucionar, o que não tem solução, irá ser sempre assim, esta "paz podre" onde cada um segue a sua vida, onde se faz uma chamada em caso de emergência e se sabe que do outro lado haverá disponibilidade, mas não passará nunca disso.
Em tempo algum existirá uma comunhão completa de tudo, do pensamento, da opinião, da amizade, da presença, numa partilha só deles, do que que de mais deles possuem... Se calhar há, mas da maneira que eles entendem ser e que eu não vou compreender...
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