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- Mãe, quantas noites ainda faltam dormir até ao Natal?
Julgo que independentemente de onde estejamos e do que estivermos a fazer, do que fomos e do que seremos, no momento presente apenas importa:
Se não perdermos de vista estes objectivos, julgo que não só viveremos melhor o aqui e o agora, mas também mais tranquilos e felizes...
Reconheço-lhes nas feições características portuguesas, o nome estampado na placa que usamos todos ao peito confirma a minha suspeita, trazem o rosto carregado, o olhar demonstra apreensão e expectativa, cumprimento-os em português, esboçam um sorriso, inicia-se uma conversa, questionam-me acerca do funcionamento das refeições e de tudo o resto.
Partilham histórias que parecem de vidas distantes e são-no, de um outro lugar de um outro "eu" que fomos num país cada vez mais longínquo, que lhes devastou a vida e rematam com um "agora estamos aqui a tirar cafés!"
Respondo que é temporário, será apenas um ponto de partida, num país diferente onde temos de nos acostumar a tudo, até uma nova língua e que a estabilidade pelo menos financeira que nos é proporcionada, será por agora uma mais-valia.
Questionam-se sobre o resto que se deixou para trás: A família? Os amigos?
Remeto-me ao silêncio, porque não tenho resposta para lhes dar, sei apenas o que sinto, nestes quase três anos, trago o coração ainda mais pesado com a saudade e a presença de muitos, que me afluem à memoria a cada dia que passa...
Estas notícias surgem à luz do dia, porque infelizmente os pedófilos existem e não apenas nas Institiuções com crianças a cargo, estão em todo o lado, muitas vezes até no nosso círculo de amigos e conhecidos.
Será demasiado afirmar tal coisa?
Julgo que não. Os números têm vindo a aumentar, o problema é ainda o tabu que tal crime perfigura, o medo, a inocência e sentimento de culpa das vitímas e o facto dos dilatores, sedutores natos e exímios na arte de esconderem tudo isto, não denunciarem o crime que concretizam, sendo muitas vezes respeitosos membros da nossa sociedade, bons pais/mães de família e pessoas a quem não haverá nada a apontar, como foi o caso da notícia.
Cabe-nos a nós cidadãos, pais, educadores, cuidadores de crianças, estarmos não só alerta, mas também fornecer instrumentos às crianças para saberem detectar situações e relatarem-nas de imediato.
Não é fácil e temos ainda um longo caminho a percorrer, mas julgo que fazer como a avestruz e colocar a "cabeça na areia" não resolve!
Este tema tem de deixar de ser um tabu, deve passar a ser normal falarmos com as nossas crianças sobre estes aspectos, afinal a humanidade não é só composta de pessoas idóneas, antes pelo contrário e não sabemos onde é que uma criança se poderá cruzar com um criminoso.
O Conselho da Europa para acabar com a violência sexual contra as crianças editou um livro, para ser lido e trabalhado com as crianças, basta carregar aqui.
Podem também aceder ao site e obter mais informações aqui.
No Reino Unido a NSPCC (Sociedade Nacional de Prevenção Crontra a Crueldade nas Crianças) disponibiliza imensa informação acerca do assunto com "As regras da roupa interior" a consultar aqui.
Lamento imenso pelas vítimas, espero que recebam apoio o mais rapidamente possível para não ficarem ainda com mais sequelas.
Contudo espero que esta lamentável situação sirva para despotelar um debate aberto e sincero na nossa sociedade e gostaria muito de ver o Corpo Nacional de Escutas a tomar a iniciativa de esclarecer e capacitar pais e crianças a lidarem com tudo isto.
Enquanto pais, também nos cabe fazer o trabalho de casa!
O meu marido faz parte de um coro de ópera, que levam a palco uma peça anualmente, este ano a obra escolhida foi Nabucco e estreou hoje.
Eu faço parte da equipa de bastidores: sou responsável pela maquilhagem das pessoas.
Parece fácil dito assim, mas estamos a falar de um grupo de cerca de trinta pessoas, fora os cantores principais.
As senhoras do coro, por norma fazem a sua própria maquilhagem, mas o ano passado não gostei nada do resultado, não existia coerência, notava-se distintamente quem tinha sido maquilhado pela equipa de maquilhagem.
Este ano, trabalhei a par com a pessoa que fez os fatos, fiz um face chart para cada uma delas de acordo com a roupa e maquilhagem disponível.
Assim, na segunda-feira, dia de ensaio técnico que serve para perceber a colocação das pessoas e cenário em palco, da luz e do som, fui também, as senhoras acabaram por vestir a roupa e fizemos a maquilhagem, seguindo as orientações que tinham e com uma mãozinha a algumas.
Terça-feira ensaio geral, já com toda a gente com a roupa, maquilhagem, tudo em palco, com tempos contados.
Hoje dia de estreia!
Julgo que correu muito bem, contei com a preciosa ajuda de uma amiga portuguesa, a residir cá, que é esteticista e que desafiei para me vir ajudar.
É um trabalho completamente voluntário, usamos os nossos instrumentos e por vezes até maquilhagem, mas fazemos com e por gosto.
Dispomos de 1h30 para maquilhar toda a gente, hoje ainda sobrou tempo, ainda consegui fazer "retoques" nas senhoras.
Venham os outros dois dias de espectáculo e sala cheia!
Ele há dias lá no trabalho que não lembram a ninguém, hoje foi o regresso às aulas de muitas crianças e julgo que consecutivamente dos pais aos respectivos empregos, talvez por isso, no restaurante entre as 11h30 e as 14h15 houve picos tão elevados de afluência, que mesmo com seis caixas registadoras a funcionar as filas de espera chegavam a meio do local.
A pressão é tanta para tentar despachar as pessoas, que por vezes há enganos, quer no registo do que trazem no tabuleiro, quer mesmo no pagamento e/ou troco.
E a sede que eu sinto?
Não há hipótese de se largar tudo para ir beber água, nem sequer pôr batom hidratante nos lábios.
É seguir com um sorriso e um "olá" a cada cliente e esperar que a afluência diminua para se fazer isso.
De loucos completamente!
Isto só serve a cada dia para me lembrar que mereço mais e melhor e tenho de fazer por isso...
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