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Foi ontem, o dia da última toma do medicamento anti-depressivo que tomei durante os últimos três anos e meio.
Esta fase do desmame foi muito complicada para mim, por tudo o que acarretou, afinal aquilo não passa de uma droga à qual o corpo se habituou e é um processo longo e difícil deixar de a tomar, de uma forma considerada saudável e possível para quem o faz.
Foi com relutância que comecei a tomar medicação para a depressão, não que não tivesse consciência do que era e do estado em que me encontrava quando iniciei a sua toma, mas pela adição que sabia que provocava, por tornar real aquilo que sentia e sobretudo pelo facto de não conseguir ultrapassar a situação por mim própria, mesmo com a psicoterapia.
No início não se sente o efeito, a toma inicial também é feita gradualmente, deve tomar-se no mínimo durante 6 a 9 meses para que realmente faça algum efeito e fez, senti melhoras, bastantes, mas digamos que também tem o reverso da medalha, os efeitos secundários, o sono, mal-estar, irritabilidade. Se porventura acordasse durante a noite, estava sujeita a uma sensação de torpor, além de parecer que andava em cima de algodão ou rever sombras à minha volta, como se estivesse noutra dimensão.
Além de que a minha energia matinal e o bom humor se terem desvanecido consideravelmente.
Digamos que o desmame agravou esta sintomatologia e os últimos dias que tomei a medicação provocavam-me ansiedade e sofrimento, pelo mal-estar que me iriam causar.
Agora, acabou-se...
Não estou tranquila, antes pelo contrário, reconheço que agora terei de caminhar sozinha, sem coadjuvantes e sei que não vai ser fácil, a depressão é um estado e quem é diagnosticado sabe que as recaídas estão sempre à espreita.
Havia a possibilidade de ficar a tomar a medicação, numa dose muito reduzida, apenas para manter um certo equilíbrio, mas questionei-me muito sobre os benefícios de tudo isso, na medida em que com o desmame senti-me mais "eu", senti a realidade de uma forma nua e crua, como há algum tempo não vivenciava.
Isto por vezes é assustador! A questão está em arranjar estratégias que me permitam lidar com tudo o vivo e que há de vir, sem me deixar afectar, como deixei que acontecesse no passado...
Agora é viver um dia de cada vez, contar com o apoio incondicional do amor da minha vida, da minha psicoterapeuta e repetir em jeito de mantra a Oração da Serenidade:
As coisas lá no trabalho complicam-se, algumas pessoas em férias, sendo que o trabalho tem de aparecer feito na mesma, claro que acaba sempre por acrescer ao trabalho de quem está.
Mas fruto da irresponsabilidade ou talvez falta de carácter, não sei qual dos dois assenta melhor na personalidade de algumas pessoas que ali desempenham funções, quando o trabalho é muito, resolvem tudo de uma forma muito simples, um telefonema matinal para a entidade patronal a alegarem uma qualquer indisposição e eis que estão dois ou três dias ausentes.
Só hoje entre pessoas de férias e faltosos eram menos quatro colegas e obviamente que às 11h30 o restaurante abre portas, com os balcões prontos a servir comida e pessoas sorridentes para atender, independentemente do número de pessoas que estiverem a trabalhar!
Há alguma entreajuda e trabalho de equipa, sem dúvida, mas mesmo assim chega a ser insuficiente perante a falta de meios humanos.
Na verdade, acreditei que com as férias escolares o afluxo de pessoas, clientes entenda-se diminuísse, pelo menos foi o que comentaram comigo, contudo não é o que se está a verificar!
Espero que com a chegada do mês de Agosto as coisas acalmem um bocadinho, porque a continuar assim, julgo que chego à exaustão...
Começou no Sábado, com um churrasco na nossa casa, pusemos mesa e cadeiras no jardim das traseiras, seis adultos e três ciranças, sentámo-nos por volta das 14h e levantámo-nos da mesa já passava das 19h!
Entre comida e bebida as conversas fluiram, há muito que não estava assim, entre amigos, sem olhar para o relógio, aproveitar o bom tempo, foi óptimo realmente.
No Domingo, celebrámos 12 anos de casamento, Bodas de Seda!
Fomos à Missa, porque afinal, é lá a sede própria para agradecer!
Deixámos o Simão muito bem entregue (Obrigada N. e P.!) e seguimos para um almoço no restaurante do Esseborne Manor Hotel.
Um sítio traquilo, muito bonito, onde almoçámos divinalmente.
Digo-vos gostei muito do dia do meu casamento, inesquecível que foi, pelos mais variados motivos, mas estas celebrações a posteriori, são muito mais serenas e gratificantes!
Venham mais fins de semana entre amigos!
Conversa cá em casa:
- Mãe, já estou de férias?
- Sim, já estás de férias da escola.
- Então, ainda faltam muitos dias para andarmos no comboio e depois no avião para ir ver os avôs?
Acabei de ler uma carta que os pais de três crianças vítimas do voo MH17 escreveram e foi tornada pública.
Perderam três filhos e o pai de um deles naquele voo, falamos de crianças com 12, 10 e 8 anos de idade, que de um dia para outro deixaram de fazer parte da vida deste casal, por pura maldade humana.
Ao ler a carta falam em amor, que o amor que sentem pelos filhos é maior que qualquer ódio e que ninguém merece passar por aquela dor, nem mesmo que provocou o hediondo acto.
Acho incrível, como é possível um ser humano a quem tiraram tudo, ter tal acto de caridade e amor para com o próximo, até mesmo quem lhe provocou esta dor!
A isto chamo ser Cristão, mesmo que não o sejam, amar acima de todas as coisas.
São decididamente um exemplo de coragem a seguir, porque eu pessoalmente julgo-me incapaz de tal abnegação...
Resta-me rezar para que encontrem todos paz, neste amor que os eleva acima de todo o mal.
Parece que a vida é feita assim, destes desequilíbrios, quando pensamos que podemos andar numa linha recta e vermo-nos livres de algumas coisas, eis que a vinda nos finta os planos e se desequilibra, lembrando-nos, como no último livro que li "A Filha do Papa" que "Não faças planos para a vida, para não estragar os planos que a vida tem para ti".
O importante agora é tentar reequilibrar, o corpo e a vida, até...ao próximo desequilíbrio!
Sinto-me tão cansada, o corpo pesado, acordo com dores nas articulações, a partir das cinco horas da tarde já tenho sono, tudo me pesa.
Depois são os dias que se somam, numa rotina que me impus sem fim.
Preciso de uns dias de descanso, sem listas de compras, ementas, despertador a tocar, trabalho, até marido e filhos podiam tirar férias!
Férias, essa palavra sagrada, que ainda tardam tanto, mas tanto a chegar.
Mas trazem-me um sentimento de ambivalência muito grande, almejo por elas, mas sei que vão passar a correr e também tenho perfeita noção do que me espera e do quão cansativo alguns dias vão ser.
Trabalho num restaurante self-service de uma empresa multinacional, onde trabalham cerca de 6000 pessoas.
Destes quase oito meses a desempenhar funções, atrás de um balcão ou na caixa, vou-me dando conta do que acontece à minha volta.
Estas observações, tratam-se disso mesmo, da minha percepção da realidade, sem base em qualquer estudo ou dados empíricos, são constatações e comparações que eu faço, por contraponto ao que verificava em Portugal.
Comprometi-me a vestir o meu filho e o meu sobrinho para as duas cerimónias que teremos em Agosto.
As ideias surgiram rapidamente, assim como as cores necessárias, contudo nunca pensei que fosse tão difícil vestir de igual duas criaturas com cinco anos de diferença, não há loja que eu não tenha visto, quer presencialmente, quer online, aqui e aí!
Aos poucos as coisas começam a tomar forma e a concretizar-se, com muita pesquisa e alguma paciência pelo meio.
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