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E porque hoje tive tempo para isso, difícil, difícil é escolher...
Estou, estamos bem e de saúde!
Este part-time que surgiu na minha vida leva-me o tempo, aquele que eu tinha para vir aqui, ler cento e muitos blogues diariamente, coscuvilhar receitas, pesquisar roupas e acessórios e claro criar nuvens negras e chuvosas na minha pisque.
Trabalho quatro horas por dia, dirão que não é nada, mas como uma amiga (ou será conhecida?!) me questionou, consigo eu manter o mesmo padrão ao nível da vida e organização familiar que tinha anteriormente?
É uma grande e boa questão, respondi que sim, que consigo manter as minhas rotinas e organização tida até aqui, faço o meu pão semanalmente, o Simão vai à piscina, cozinho jantares e almoços, pesquiso promoções e faço listas de compras, ainda ando pelo Facebook, limpo a casa e mantenho a ordem.
A verdadeira questão seria mais: com a mesma calmaria e serenidade?
Longe, mas muito longe disso!
Ainda esta sexta feira fui deitar o Simão às 20h e era ver-me a aspirar a sala e o marido de balde e esfregona a lavar chão.
Decerto que há dias assim, mais complicados que outros, em que se chama quem pouco participava nestas tarefas para agora as partilhar verdadeiramente.
A rotina e organização é agora mais que muita, todos os minutos contam para se manter os mesmos padrões tidos até aqui, muito por teimosia minha que não abdico de fazer o que fazia e em detrimento de mais momentos de lazer e "dolce fare niente"...
Mas não somos todos iguais e eu sou feliz assim, nesta lufa-lufa, nesta constante estadia na minha cozinha a fazer e refazer, para gáudio e repasto da minha família.
Por falar nisso, espera-me a confecção de uns canelones com espinafres e ricota para o nosso almoço de amanhã!
Na conversa com uma amiga cheguei a uma sábia conclusão, este distânciamento a que estou devotada, fez-me bem, aos meus fantasmas, áqueles terrificos do meu passado com os quais vivo e que por vezes me atormentam.
Sempre achei que vir viver para longe me ia fazer bem, muito bem nesse sentido, deixar de encarar com o Diabo, ajuda imenso. Mas mesmo assim, sempre achei que ajudaria mais, pensei que iria sentir uma paz e uma liberdade maior, gratificante, sentida no mais profundo do meu ser.
Mas afinal não, ajudou é certo, mas não sinto nenhuma paz, nem uma liberdade imensa ecoa em mim, em momento algum.
Descobri hoje, refectindo e falando sobre isso, que afinal, não é a distância que me vai trazer essa paz, nem essa liberdade, sou eu...
Eu, somente eu e mais ninguém.
E sinto que ainda não sou capaz dela, não sou...
Gostava tanto de deixar partir tudo isto e de me sentir livre...
Ai como é bom voltar a casa, ao nosso cantinho, às nossas coisas...
Pior, a casa ainda virada do avesso, três dias depois do regresso: roupa suja às toneladas, tralha dispera por tudo quanto é canto, prendas, roupa, as três malas ainda por arrumar, pó por todo o lado e suspeitas de cotão no chão da sala.
A juntar a isto, organizar a próxima semana, ementa, lista de compras tudo por fazer...
O bom disto tudo?
Está sol e começaram os saldos, vou à rua, quando regressar, tenho quase a certeza absoluta que vai estar tudo no mesmo sítio à minha espera, por isso, como dizem por aqui: No worries!
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