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Vai correr tudo bem! Vai correr tudo bem! Vai correr tudo bem!
Esta espera mata.
A ansiedade mata ainda mais.
A distância sufoca.
Quem me dera, hoje, só hoje, não estar aqui...
Mas de qualquer forma:
Vai correr tudo bem! Vai correr tudo bem! Vai correr tudo bem!
Faltam precisamente 30 dia para rever toda a gente!
E agora começam as "to do list", é listas para tudo e mais alguma coisa, o que levar, o que deixar feito, o que trazer...
Entretanto as maravilhas da internet já me permitiram marcar uma consulta, agendar o cartão de cidadão e marcar o tratamento de estética!
Além, claro está, do jantar com o meu grupo do coração! Can't wait!
Entretanto pequena criatura ainda se encontra no ventre materno, não há reza que não tenha sido feita, vela que não tenha sido acessa e eles, caminham quilómetros diáriamente...
Já não sei que pensar, nem que fazer, a preocupação por eles, ninguém me tira.
Continuamos ansiosamente à espera, para que corra tudo bem.
Faço daqui um apelo, à pequena criatura que está no ventre materno, o favor de ouvir a família, e os amigos, mas sobretudo esta tia longínqua e o primo, para que saia cá para fora por vontade própria, até à próxima sexta-feira, sem falta, sob pena de alguém o ir retirar cá para fora, o que convenhamos pode não ser muito agradável.
Reconheço que a conjuntura económica, social e cultural do mundo não são as melhores, mas, pequena e adorada criatura, o amor que já temos por ti e que tanto te queremos demonstrar vai superar tudo isso!
Por isso, nasce rapaz!
Fico aguardar uma confirmação do meu apelo, pelo teu Pai!
Este meu desenraizamento, e o facto de não ir a Portugal, há quase 1 ano, tem trazido consequências, muito ao nível das relações.
As pessoas seguiram com a vida em frente, assim como eu tive de fazer o mesmo.
A essência da amizade ficou, sem dúvida, ainda há contacto, seja por que meio for, mas o companheirismo do dia-a-dia esvaiu-se, bem como muita da partilha e da presença.
Tomei consciência que as coisas nunca mais vão ser as mesmas e que estou neste momento num impasse, porque não tenho aqui amizades que possa denominar como tal, porque não tive tempo para as construir, nem sei se alguma vez será possível ter amizades cá como as que tive e tenho em Portugal e as amizades presentes, aquelas que ficaram estão diferentes, não são as mesmas, como se algo se tivesse quebrado e dificilmente voltará a ser reposto da forma como existia antes, devido ao meu afastamento e às vicissitudes próprias da vida.
Foi doloroso encarar isto, perceber com esta frieza de que nunca mais será o mesmo, pelo afastamento, pelo tempo, pelas circunstâncias, pela vida, fiquei a pensar em tudo isto, nas consequências que isto me pode trazer.
Mas hoje acordei e pensei, não vale a pena chorar, a vida levou o seu rumo, não sei ao certo o que o futuro me reserva, nem com que pessoas me irei cruzar, vou preservar e cuidar das amizades que tenho neste momento, não é o ideal, mas é o que se pode ter, estão quase a chegar as férias, vou ter tempo de qualidade com algumas pessoas mais próximas, quero organizar um jantar com o grupo, estar com eles, tirar fotos, aproveitar ao máximo enquanto puder.
Depois, depois logo se vê...
Abate-se no corpo e na alma, muito mesmo.
Uns dias mais leve do que outros.
Mas há dias, quando sabemos que lá longe muita coisa acontece, quando sabemos que a nossa presença é desejada lá e que poderíamos fazer a diferença, nem que fosse num abraço, numa palavra de tranquilidade, é devastadora.
Arrebata-nos o corpo, o coração, devasta-nos e só pensamos que é lá que deveríamos estar, porque sim, porque deveria ser assim e não como é.
Mas a realidade que vivemos é esta, a vida que temos é esta, aqui e agora e não lá.
Por isso, resta-me o skype, o pensamento sempre lá e neles (ou nela) as lágrimas escondidas, o coração apertado e oração, muita, para que Ele me ajude a ultrapassar isto, mas sobretudo que não se esqueça dela e deles...porque afinal, a partir de agora, são eles quem mais precisam.
Pois que as hostes andam com a moral em baixo com a Dieta dos 31 dias...
Fizemos 15 dias de dieta, cumprimos à risca, salvo os denominados "dias da asneira" onde se pode comer tudo e mesmo assim, julgo que fomos regrados.
Eu fui concerteza quem mais prevaricou, sem dúvida, uma azeitona aqui, um queijo ali, mas nunca no que era essencial, as refeições cumpridas à risca, com alterações devido à dificuldade em encontrar aqui alguns alimentos, mas sempre dentro do que nos era permitido.
O marido, como leva as refeições todas de casa, foi quem menos prevaricou e quem menos perdeu peso...
Contas feitas, perdi dois quilos, o marido um, quando deveria ter sido ao contrário!
Perdemos volume ambos na zona abdominal, mais eu do que ele, neste momento não tenho barriga, comparado com quinze dias atrás.
Mas não eram decerto estes os resultados esperados, pelo menos para ele.
Já troquei mensagens com a Dra. Ágata Roquete, muito solicita que me respondeu protamente, o conselho é seguir em frente e ver se o peso dele se altera ao final de um mês.
Gostava muito de perceber o que se está a passar, será o metabolismo dele que não responde?
Será o facto de ele fazer diariamente quase uma hora de caminhada que fez transformar a gordura em músculo? Apesar de fazer isto diariamente há quase sete meses para cá?
Apesar de alguma decepção no rosto, porque vemos que os sacrifícios afinal não compensaram como era referido, vamos seguir em frente...
Sorrio quando o ouço logo pela manhã: "Mãe, deita aqui ao pé de mim!"
Gosto do cheiro do pescoço dele, de ele se abraçar ao meu pescoço com força, como se não quisesse separar-se.
Há ainda aquelas manhãs em que se enfia na nossa cama, caladinho, enconsta-se contra mim e sinto-lhe o calor do corpo pequeno.
"Mãe, deixa deitar na tua gaguiga" e deita-se em cima de mim, por escassos segundos, só nossos.
Gosto dos "mimimos e bêjos" dados sem fim ao longo do dia, gosto mais ainda de lhe dar beijos infinitos.
Porque sei que um dia pedirei um beijo e ouvirei um "ó mãe" chateado e provavelmente acompanhado de um revirar de olhos.
Porque sei que ele há-de voar, para longe, para um mundo só dele.
Por isso hoje gosto muito de o ter só para mim.
Eu não sei se é dos tempos que vivemos, se é do tempo meteorológico, se das pessoas, se da sociedade, se do ambiente, mas as pessoas andam com imensa necessidade de falar, cheias de problemas, só querem alguém que as ouça.
Mas por outro lado as pessoas apenas ouvem, não escutam o outro, muito menos se colocam no lugar dele, como se um desabafo ou uma partilha de uma vontade ou problema fosse algo insignificante, que ouvimos sem atenção, como uma qualquer banalidade.
E gera-se aqui um ciclo vicioso, porque quem tem os problemas não encontra ajuda para os resolver e quem ouviu, por vezes em vez de ajudar, ainda mais acrescenta ao problema do outro...e assim vamos andando, nesta roda viva, de desabafos sem considerações, nem soluções.
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