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Será possível rezar por quem não se conhece?

por o que procuro, em 30.04.13

A pergunta surgiu no meio de uma conversa com uma amiga, que estava muito espantada com o facto de que alguém pudesse rezar por ela, sem sequer a conhecer.

 

O cerne da Igreja Católica, está em duas premissas: amar a Deus acima de todas as coisas e amar ao próximo como a nós mesmos.

Desde logo este Deus em que acredito, não se "vê", não é palpável, não tem características físicas, não é alguém com quem me possa cruzar por aí e tomar um café, falar sobre a vida, por isso começo por acreditar em Quem não vejo. Depois, os próximos a quem é suposto amar como a mim mesma, são todos aqueles que me rodeiam, quer eu os conheça pessoalmente ou não.

 

No meio da pergunta surge ainda a oração, o rezar, entendo a oração como um veículo de comunicação com Deus, eu não O "vejo" mas posso "falar" com Ele, onde quer eu que esteja, onde quer que Ele esteja, há e haverá sempre inúmeras formas de o fazer, seja sentada num banco de uma Igreja, seja a caminhar a caminho da creche do meu filho, seja até nas lides domésticas.

Para mim a oração, faz parte integrante da minha fé, daquilo em que acredito, é-me normal rezar, não me espanta nada fazê-lo onde quer que esteja, seja por quem for, mas isso sou eu que Acredito!

 

E reza-se por quem?

Julgo que rezamos sempre e mais, por aqueles que connosco comungam à mesma mesa, a família mais próxima, sejam crentes ou não, isso nunca está em causa! Por aqueles que conhecemos, amigos de hoje e de ontem, mesmo aqueles que já não fazem parte da nossa vida diária, mas que por circunstância da vida, se cruzaram connosco nesta caminhada.

Depois, os que são mais longínquos, pais, familiares e amigos daqueles que conhecemos, que por conversas ou circunstâncias sabemos que passam por situações mais difíceis e acabam por estar presentes na nossa oração.

E há sempre espaço para aqueles que não conhecemos, de todo, quantas vezes rezei pela Silvina, pelas vítimas de notícias como esta, ou por pessoas de quem se vê uma simples fotografia na internet.
São situações que nos tocam, por qualquer motivo, que ficam no nosso pensamento, que acabam por fazer parte da nossa oração!
São pessoas, seres como nós que sofrem, que precisam de amparo e para quem pedimos protecção, Luz e Paz, qe só Ele pode dar.

 

A oração não é feita por ordem de prioridades, nem ninguém aparece em primeiro lugar, surge em simples harmonia com o que sentimos no momento, com quem nos ocupa o pensamento e o coração, onde quer que estejamos.

Também não é apenas feita de "peditórios" é muito feita de gratidão, não só pelas pessoas, pelo que são, ultrapassaram ou por fases boas de vivências que têm neste momento, mas é também de louvor por tudo o que nos rodeia.

 

Haverá algo de mais belo do que agradecer a mão que se dá, o sorriso no rosto de quem caminha ao nosso lado, sob o calor do sol que brilha e ao som do riacho que corre? 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 14:52

Faltam 90 dias

por o que procuro, em 24.04.13

Para aterrar em terras lusas, ter caras conhecidas à nossa espera no aeroporto, ver o meu filho a correr pelo corredor sozinho, em direcção a uns braços abertos que o hão-de acolher e abraçar.

 

De derramar lágrimas de cada vez que abraçar cada um deles junto a mim.

 

De dar um colo, mimo e mil beijos a quem está prestes a chegar ao mundo.

 

De reencontrar todos e cada um.

 

De ir à Missa na minha paróquia, em português, com o "meu coro".

 

De sentir o sol quente a bater-me na cara, de ir à praia, de saborear sabores dos quais tenho saudades.

 

Portugal...já só faltam 90 dias...

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publicado às 19:59

Solidão

por o que procuro, em 22.04.13

Vai fazer 15 meses que larguei tudo e vim, para um país diferente, para uma nova vida.

Sinto-me na travessia do deserto ainda, embora o deserto seja verdejante e lamacento, consequência da chuva e dos dias cinzentos que tanto nos atormentam por aqui.

 

Atravessar o deserto e só, tão só.

Só por falta de companhia de adultos com quem falar português ao longo do dia.

Só porque nem sempre o telefone fixo toca quando preciso ou quero falar com alguém e porque me coíbo de pegar nele e ter conversas infindáveis com quem estará do outro lado.

Só porque nem sempre há presença de quem possa conversar nas redes sociais.

 

Só com os meus pensamentos perturbadores e avassaladores.

Só porque sei que não há quem resolva os meus problemas, a não ser eu.

 

Só porque larguei uma vida que era minha, talhada a punho, ocupada com as mais variadas coisas e pessoas, com altos e baixos é certo, mas feita com as minhas escolhas. 

Só porque abdiquei de tudo e ao fim de 15 meses ainda e sempre me questiono porquê e se valerá ou valeu realmente a pena...

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publicado às 16:08

Um antes e depois

por o que procuro, em 15.04.13

O meu cabelo não via uma tesoura desde Julho de 2012, altura em que o entreguei aos cuidados da minha saudosa Alice, uma cabeleireira despachada e profissional como só ela sabe ser, que existe em Celorico da Beira e onde há anos entregava a minha milena para ser cortada e pintada.

 

Contudo, o facto de não ter ido a Portugal no Natal, fez com que o cabelo crescesse ao seu belo prazer, até ter atingido o meu limite!

Tem-me dado imenso trabalho, na lavagem, na secagem, no cuidado semanal, horas infinitas de volta dele, para sair à rua, enfiar um gorro ou vir uma rabanada de vento e acabar com ele todo eriçado.

 

Fartei-me de dar voltas aqui na cidade à procura de um cabeleireiro com preços aceitáveis, é que aqui dependendo ao cuidado de quem entregam o vosso cabelo assim difere o preço - stylist; senior stylist; creative stylist; creative director - indo quase de um estagiário até ao dono do cabeleiro. 

 

Os preços rondam as 40£ para o primeiro e podem ir às 100£ no último, isto só para cortar, se for para fazer algum trabalho técnico, como pintar, acresce o valor e ainda há sítios onde se paga à parte a secagem do cabelo, sendo que a pessoa pode cortar o cabelo e sair com ele ainda molhado (wet cut).

 

Com tantas variáveis à mistura, e sem conhecer nenhum sítio, não foi fácil.

Mas um dia a caminho de um supermercado, onde ia à procura de amêijoas para fazer carne de porco à alentejana (até amêijoas custa a encontrara aqui!), passei à porta de um cabeleireiro e gostei muito do ambiente que aparentava viver-se lá dentro.

 

Cheguei a casa, pesquisei na net e afinal, não só tinha preços acessíveis, como não tinham grande destrinça entre cabeleireiros a exercer.

Dirigi-me ao salão para fazer a marcação, que só foi possível quase 10 dias depois, com a cabeleireira que eu tinha seleccionado, certifiquei-me dos preços  e no sábado passei disto, para isto:

 

          


Agora sinto-me bem mais leve, já o voltei a lavar e secar, não tem nada a ver, muito mais rápido e sempre tenho outro ar!

Provavelmente a próxima vez será novamente em terras lusas, mas de qualquer forma quando precisar, por cá, já sei onde me posso dirigir...

 

 

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publicado às 16:47

Silvina

por o que procuro, em 15.04.13

O teu sofrimento acabou, foste uma lição de vida para quem te acompanhou...

 

Quero muito acreditar que hoje descansas finalmente em Paz e Luz.

 

Até Breve!

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publicado às 11:49

Primavera?!

por o que procuro, em 12.04.13

Onde andas tu??

Concedo que as temperaturas estão mais amenas, mas e a chuva, quando a levas daqui para fora e nos trazes uns raios de sol??

 

É que a continuar assim tenho que guardar os casacos forrados a malha polar e adquiri uma coisa destas para me fazer companhia nos próximos meses...

 

Como sempre daqui

 

Neste país, uma peça destas no armário não é querer ser fashion, é uma necessiadade...

 

Bolas para este tempo! {#emotions_dlg.confused}

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publicado às 11:30

O silêncio da culpa dos inocentes

por o que procuro, em 09.04.13

Há mulheres que carregam uma fardo de culpa, silencioso, anos, vidas a fio, fruto de maus tratos, abusos, físicos, psicológicos vindos dos mais variantes seres humanos que com elas se cruzam e cruzaram, progenitores, avôs, tios, primos, vizinhos, amigos...

Concerteza que também haverá homens nesta situação, mas as mulheres são a realidade que melhor conheço e com quem mais partilho estas vivências.

 

É um fardo de culpa que não é nossa, nem delas, não nos pertence, foi-nos imposta por gestos, atitudes, palavras e acções de outros, que as praticam com leviandade sem muitas vezes perceberem o mal que estão a infligir ao outro, o trauma que causam que como marca indelével, dificilmente se apagará de nós.

 

São anos a agonizar em segredos, que retiram sono, estabilidade emocional, auto-estima, confiança, apenas partilhados com algumas pessoas, que nos revelam alguma confiança, ou passaram pelo mesmo, mas podem até ser silenciados no nosso íntimo para sempre.

 

Tudo isto faz de nós pessoas diferentes, mais fechadas, que erguem muros à sua volta, com dificuldades em singrar nalgumas áreas da vida, nomeadamente na afectiva, mas cujo segredo e mal-estar acaba por transparecer em tudo o que se faz e é, sempre titubeantes, inseguras, por vezes ríspidas com os outros e sempre, mas sempre à procura de verdadeiros afectos, daqueles que nunca chegámos a ter na devida altura, do amor incondicional e protecção de quem, por norma deveria estar lá e não esteve.

 

Esta busca incessante de amor, que no fundo é disso que se trata, é colmatada das mais diversas formas, a comida julgo ocupar um lugar de topo nesta busca, os problemas de peso verificados nas pessoas que carregam este tipo de traumas são disso exemplo, há depois toda uma longa lista de situações como as relações amorosas instáveis e complicadas, relações interpessoais medíocres e de "paz podre" onde se tenta ser o que os outros querem e não aquilo que verdadeiramente somos.

 

Julgo, melhor, acredito, que tudo isto possa ser amenizado, com psicoterapia à altura, leva anos, dependendo obviamente das situações, além de moroso é um processo sofrido e difícil, não se faz sem apoio, nem na solidão.

Mas é possível, viver sem as amarras da culpa que nos foi infligida, resgatar o nosso verdadeiro EU, perdido algures no meio da declaração de sobrevivência que fizemos para chegar onde estamos, deixá-lo florescer e existir em plenitude, olhar para trás e sentir que conseguimos! Apesar de tudo conseguimos ultrapassar um obstáculo, que se vislumbrava intransponível!

Haja coragem e força para iniciar essa dura caminhada...

 

Somos feitas destas marcas indeléveis, que nos constituem, fazem parte de nós, mas não nos destruíram, porque nós não deixámos...

É por isso que um dia, ainda vou fazer uma tatuagem...

 

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publicado às 10:11


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