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Não há nada pior nas pessoas do que amuarem ( manifestação de enfado que se revela por um silêncio obstinado, e por se evitar de olhar para o seu causador.)
É possível num adulto esperar uma atitude destas?? Ficar chateado por um qualquer motivo e por muito válido que seja, não se trata de tirar razão ao motivo da zanga, amuar, não dizer nada, não falar com as pessoas sobre o que a chateia, pura e simplesmente ficar silencioso no seu cantinho, com cara de caso, qual beicinho que o meu filho já faz, quando não lhe dão a chucha ou o colo que ele pretende!!
Ó senhores, dêem aso à vossa zanga, falem, barafustem, ao menos a falar a gente resolve as coisas, agora assim, não consigo ir a lado nenhum...
Pensei seriamente se deveria ou não escrever este post, pelo assunto em si, mas como há coisas que ninguém nos diz e só a experiência nos mostra, pode ser que sirva para alguém ficar mais elucidada quando fizer pesquisas na net, como eu também fiz, sobre a amamentação.
É um facto apregoado aos quatro ventos: o leite materno é o melhor para o bébé, não há nada melhor do que amamentar! Constitui-se como um alimento completo, que contém todos os nutrientes necessários, é de fácil preparação e digestão, tem também vantagens imunitárias, além do ponto de vista afectivo, dado que representa um contacto intímo entre mãe e filho, proporcionando ao bébé tranquilidade, segurança e bem-estar.
A amamentação será sempre apresentada desta forma idilica e romantizada. Contudo a realidade mostra-se mais dura e fria. Não nego nada do que é referido, mas a experiência prática mostrou-me que nem sempre é fácil, muito menos romântico.
Começa desde logo com a necessidade do bébé ser incentivado a mamar nas primeiras horas após o nascimento, facto repetidamente ouvido e lido. Todavia nem todos os partos permitem que seja realizado na primeira meia hora, no meu caso apenas duas horas depois dele ter "saído" de dentro de mim. Conclusão, já a adrenalina com que ele saiu do meu ventre tinha serenado, estava sonolento, foi necessária muita paciência e persuasão minha e da enfermeira para que ele pegasse na mama, sem nunca se mostrar um processo fácil, dado que os bicos do meu peito também não ajudavam. Valeu-me a experiência de uma enfermeira que me recomendou a aquisição dos "bicos de silicone", para que ele pudesse pegar bem no peito.
A subida do leite, nos primeiros dias segregamos um liquido amarelado, denominado colostro, rico em proteínas, minerais e anticorpos, vital para o bébé e apenas apartir do 3º ou 4º, se evolui para o leite propriamente dito. Nesta fase, há uma superprodução de leite e mediante a quantidade que a criança mamar, assim o corpo estabilizará a produção do mesmo. Esta superprodução é denominada súbida do leite, pode provocar um calor súbito, febre, dores e até inflamação dos dutos. Convém por isso estar alerta e colocar a criança a mamar, assim que sentirmos algum sintoma.
No meu caso estava a ser observada por uma enfermeira, ainda no hospital, quando se deu conta que o leite tinha subido, dado o volume do peito. De modo a que não encaroçasse (inflamação dos dutos) mandou-me fazer pachos de água quente, tentar tirar algum leite manualmente e seguidamente fazer pachos de água fria, isto porque o Simão tinha sido amamentado à pouco.
Valeu-me a presença do marido que me ajudou, porque a fragilidade do pós-parto não me permitia estar de pé a fazer tudo sozinha.
Não há leites fracos, isso é outra realidade severamente defendida, toda a mulher tem capacidade para amamentar e todo o leite é válido, salvo raras excepções de probelmas de saúde que não o permitam. Até aqui tudo bem, o problema é quando o leite materno, apesar de saciar o bébé, não o faz engordar! O que aconteceu comigo, ao final do primeiro mês de vida, o meu filho não tinha recuperado o peso de nascença, assim, teve de tomar suplemento.
A partir do momento em que se apresenta o biberon ao bébé, a realidade da amamentação nunca mais será a mesma! Porque ele não precisa de fazer o mesmo esforço para se saciar, além de ser muito mais rápido do que o peito. Se nos primeiros momentos as coisas resultam, com o passar do tempo a criança vai percebendo as diferenças e acaba por mamar com muito mais relutância.
No meu caso pessoal, apesar de difícil, sempre fui conseguindo que ele mamasse, até que aos 3 meses ele rejeitou completamente o peito, ao ponto de desatar aos gritos, quando eu oinclinava nos meus braços para o pôr a mamar, o que resultou numa mastite, estive a antibiótico e ainda estou a tomar medicação para secar o leite.
Não sou contra a amamentação, acho que faz falta ao bébé, é das melhores coisas que nós podemos dar-lhe, além de ser um momento de partilha só nosso, (pode estar que estiver junto de nós, ninguém tem essa capacidade a não ser a mãe!), por mim, passava por tudo isto outra vez.
Não concordo é com a forma como tudo isto nos é apresentado, como se de algo fácil e natural se tratasse, tal qual cena de filme ou quadro de um pintor famoso, na verdade não é assim, há quem tenha mais ou menos problemas, mas certo é que são necessárias uma boa dose de paciência, calma e bom senso, o que na fase de puerpério e pós-parto, escasseia, mas com amor, tudo se faz!
Voltei, dos dias sem horários, longos, lânguidos, com sol, mar, bolos, caminhadas, muita conversa e partilha... Num êxtase que queremos que se prolongue, mas que sabemos ser impossível, por isso aproveitado ao máximo, para voltarmos com um olhar mais descansado e a alma mais leve para enfrentar a rotina.
Apesar de ter uma criança com 3 meses e de tudo o que isso implica (sair com a casa às costas, as rotinas de biberon, muda de fralda, dormir e banhos) da rejeição do peito e da consequente mastite, julgo que as férias correram bem, principalmente os últimos 5 dias, passados à beira mar, decididamente os melhores!!
Quero deixar um obrigada muito especial a alguém que nos permitiu aliviar ainda mais o espírito!
Agora, a rotina espreita além de alguns problemas para resolver!
Vamos a eles: carregar armas, apontar...FOGO!!
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