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Hoje queria abraçar o mundo, num abraço fraterno, apagar as mágoas, a simples tristeza, a fome, as doenças, a guerra, o terror e o medo dos rostos...
Queria poder gritar que o amor é possível, que se amar-mos e aceitar-mos os nossos semelhantes, o mundo, a vida e cada um de nós se tornará melhor...
Queria poder dar-vos a certeza que o amor vos trará a serenidade, a alegria e o equilibrio...
Queria que cada um pudesse também amar...
Esta semana é a corrida ao dito, com um jackpot de 59 milhões de euros é ver filas de gente a comprar o bilhete mágico, para ficar excêntrico.
Excentricidade é a palavra correcta para definir alguém possuidor de tanto dinheiro.
Mas já pararam para pensar no que se tornará uma pessoa assim?
Eu acho que é necessária muita consciência, ter os pés bem assentes na terra, para que tamanha quantia de dinheiro, não nos suba à cabeça, acabe com relacionamentos e nos afaste das pessoas que amamos, para não dizer que devem aparecer centenas de "novos amigos" proporcionados pelo "cheiro do dinheiro" que apenas querem o dito, sem nunca se interessarem por aquilo que verdadeiramente somos...
Como será uma família criada num meio destes, onde um estalar de dedos pode proporcionar tudo? Dará o mesmo valor às coisas, às pessoas, ao que os reodeia, como um comum mortal que tem de se esforçar para obter "o pão de cada dia"?
E o relacionar-se com os outros? Não será o facto de se ter dinheiro um propulsor para nos julgarmos mais que os outros, superiores? Nem que seja pelo acesso ao que o dinheiro nos pode dar?
Por todas estas questões, sobre as quais reflicto, acho sempre que nunca me vai sair nada!
Mas há também o reverso da medalha: já pensaram no que se poderia fazer? Na alegria que poderia proporcionar a tantas pessoas que me rodeiam? Ou mesmo a desconhecidos, através de projectos que gostaria de criar e desenvolver?
O dinheiro não traz a felicidade, mas ajuda!!
Já compraram o euromilhões??
Gostam do título??
Surgiu na sequência de conversas com amigas acerca dos pais e das mães. Esses seres que nos puseram no mundo e que nos formatam.
Apesar deste ser um termo informático, achei que se podia adequar à situação, formatar significa dar um formato a um documento ou a um supote de dados (disquete, disco rígido, etc.), não será isso que os nosso pais nos fazem? Dão-nos um formato?? Alimentam-nos para que tenhamos um formato físico, mas transmitem-nos valores, princípios, regras para formatarem a nossa consciência, personalidade, o nosso EU.
Este EU, apesar de estar formatado pelos pais, pelo meio, pela socialização a que somos expostos, também possui os seus próprios parâmetros, que nós próprios vamos construído. E é aqui que por vezes surgem conflitos e problemas...
Chegados a uma determinada fase da nossa vivência, que para alguns acontece logo na adolescência, acredito que pomos muito daquilo que nos foi transmitido em causa, e dá-se a revolta, o "grito do ipiranga", a nossa independência, o nosso próprio EU impera, embora formatado, vivemos segundo os nossos parâmetros e assumimos as consequências...
Outros há, que vivem feliz e alegremente sob esta camuflagem criada pelo que nos é transmitido, aparentemente sem qualquer problema, com regras, valores e princípios definidos pelas balizas que os pais construiram...mas em determinadas circunstâncias surgem em nós problemas em aceitar a realidade, em vivê-la plenamente, como se qualquer coisa em nós o impedisse, como se houvesse um "erro interno" que não nos deixa viver em sintonia e harmoniosamente, que não nos permite falhar, ficar decepcionados, ter desejos...
Numa busca ao nosso subconsciente deparamo-nos com o facto de que tudo isso nos foi introduzido por aqueles valores e princípios da infância, que acabamos por cristalizar e que fazem parte de nós como a nossa pele, mas que actualmente nos impedem de viver a nossa vida, de uma forma saudável.
Segue-se um longo e árduo caminho para percebermos o que nos faz bem e mal, o que devemos aceitar ou o que simplesmente nos faz sofrer e não nos serve para mais nada...
Mas quão doloroso é esse caminho, de "despir parte de nós" e de reconstruírmos o nosso próprio EU?
Hoje somos filhos, amanhã seremos pais, espero que tenhamos em atenção aquilo que realmente valerá a pena transmitir-lhes!
Uma nova fase tem início hoje...Mas o lamento sai da minha boca, porque não é decerto desta forma que quereria viver os meus dias...
Fazendo o que não se quer, os dias pesam, estes obstáculos paracem intransponivéis, nada corre como deveria, não há satisfação no que se faz, apenas contentamento...
E gritam-me de longe: ENTÃO MUDA DE VIDA!!!
E para onde vou??
Fazer o quê??
De entre todas as opções esta pareceia ser a melhor...
Mas já não sei...
Pergunto-me se vivendo outra opção que tivesse tomado, me sentiria realizada?! Ninguém sabe, nem mesmo eu!!
Quando serei capaz de tomar as opções e de viver feliz com elas, sem olhar para trás e pensar se foi correcto o que fiz...e simplesmente olhar para a frente com esperança...
Mas a maldita consciência, toma-me o corpo e a alma, e impõe-se numa angustia que me abafa, que me revela uma vida suspensa, como se estivesse, num qualquer consultório à espera de uma consulta....e o tempo passa, e o médico nunca mais me chama, para me irradicar este mal...
Talvez pudesse viver esta espera de outra forma, com outra entrega... Assolam-me as palavras de Domingo: "Não tenhais medo!!!"
No Sábado, na minha Paróquia celebrámos a "Festa da Família e dos seus Doentes", na Eucarístia das 16h.
Os doentes, que ainda têm alguma mobilidade e que recebem a Comunhão em suas casas, foram trazidos à Igreja, para assistirem à Missa. Apesar de todas as dores e sofrimentos, fieram um esforço para sair de casa, vestiram as roupas de outrora para receber o Senhor, e o gesto final das crianças oferecerem uma flor a cada Idoso, foi recebido com um sorriso de alegria e muita emoção.
Sem dúvida uma tarde diferente para muitos que vivem o seu dia-a-dia na solidão das suas casas.
Já no Domingo, tivemos uma "festa de família", o Crisma de uma prima. Apesar da importância destes momentos na caminhada cristã de cada um, que a família acompanha com alegria, fiquei impressionada com outra circunstância.
Os tios fazem parte do "Caminho Neocatecumenal", numa Comunidade na Paróquia a que pertencem e tiveram a companhia de dois seminaristas durante o fim de semana, que partilharam as refeições e estiveram connosco.
Rapazes novos, talvez com 22/23 anos cada um, um deles é brasileiro, outro italiano, deixaram tudo, para se dedicarem ao Cristo. Quando digo tudo, é mesmo tudo, já que se dipsonibilizaram para serem enviados para qualquer parte do mundo, onde seja necessário anunciar a Boa-Nova. Ao entrarem para o Seminário, já tinham deixado a família, os amigos, o próprio país, depois deixam também os seus pertences (monetários, materiais, até a indumentária), a partir daquele momento, vivem em completo abandono a Cristo, a roupa que vestem é-lhes oferecida, até os próprios cigarros que um deles fumava!
É raro, nos dias que hoje correm, neste sociedade consumista e "umbiguista" depararmo-nos com pessoas ainda tão novas, aceitarem esta forma de vida, esta dádiva ao outro e disponibilizarem a sua vida por Cristo.
Ao conversar com eles, fiquei impressionada com o sorriso nos lábios, a certeza de presença de Deus em cada passo das suas vidas, o completo despojamento, sem nunca se sentirem sozinhos ou abandonados, a disponibilidade para os outros e a aceitação do Chamamento...
Ontem o Evangelho dizia-nos "Não tenhais medo", porque Cristo propõe-nos a confiança e a Sua providência, ao olhar para aqueles dois jovens, ficou o sinal de que é possível concretizar-se tudo isso...
Parece que o nosso pais anda a regredir, em vez de progredir....em tudo, mas é notório no "desporto rei", que tantos acompanham fervorosamente...
Chegámos à final do Euro 2004...
Só chegámos às meias finais do Mundial de 2006...
Não passámos dos quartos de final do Euro 2008...
É o país do quase...quase que chegámos a ganhar alguma coisa, mas ficou-se pelo quase...
Agora, resta deixar as bandeiras ao vento e dizer que ainda acreditamos, por pouco que seja, neste país envolto numa crise sem precedentes...
Parece que devo uma pedido de desculpas à estação TVI, porque ontem, por lapso referi-me ao programa as "Tardes da Júlia", como sendo da SIC, quando não é...
Aqui fica a correcção!
Na passada segunda-feira, esteve presente no programa da SIC, "As Tardes da Júlia" a Dra. Teresa Magalhães, Directora do Instituto de Medicina Legal da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Foi coordenadora de um estudo, apresentado aos média no passado dia 4 de Junho, que teve como objectivo caracterizar o abuso sexual de crianças e jovens no contexto intra e extra-familiar, para perceber as diferenças que existem entre os abusos ocorridos dentro e fora do seio da família.
Os dados foram recolhidos entre 1997 e 2004 (sendo depois alargado até 2007, sem grandes alterações nos dados substânciais) pela Delegação Norte do Instituto de Medicina Legal, neste período de tempo foram detectados 1141 ocorrências relativas a exames de natureza sexual realizados a crianças e jovens entre os 0 e os 17 anos de idade.
Eis alguns factos e dados obtidos através deste estudo:
A Dra. Teresa Magalhães, referia a dificuldade de detecção dos casos de abusos ocorridos no seio da família, devido à vergonha da vítima, ao crontrolo exercido pelo agressor, através do medo e de ameaças.
Esta é ainda uma problemática tabu, e resguardada entre as "quatro paredes da casa de cada um" por tudo o que acarreta, contudo, é necessário quebrar as barreiras e é através de estudos como estes, que isso se torna possível.
Até porque segundo parece, têm aumentado o número de queixas:"O facto de termos registado um ligeiro aumento não significa necessariamente que este crime esteja a aumentar; pelo contrário, penso que significa que é um crime que se está a tornar mais visível, o que poderá até ser entendido como um indicador positivo”, notou a responsável do Instituto de Medicina Legal do Porto.
Assim, aqui fica o alerta, não só para que sejamos conhecedores destes dados, mas para que estejamos atentos, e qualquer suspeita deverá ser levada muito a sério, não só com o intuito de punir um agressor, mas essencialmente de salvar uma vítima.
Procuro sempre estar disponível para os outros...pergunto, questiono, escuto, acolho, abraço...
De vez em quando despejam fardos enormes para cima de mim, e então, lado a lado, procuramos refazer o puzzle que se desmoronou, procuramos a luz ao fundo do túnel...
Com alguma angústia e sofrimento, começam a dar passos em direcção à luz...
Mas este caminho não é fácil, por vezes param, choram, têm muito medo...
E eu volto, pergunto, questiono, escuto, acolho, abraço... e retomamos o caminho...
Mas há alturas em que simplesmente desistem, ou pelo menos parecem querer desistir...
E eu volto, e apesar de questionar, de escutar, de acolher e de abraçar, não querem continuar...
E agora sou eu que sofro, porque vejo uma oportunidade desperdiçada, porque vejo que as amarras me venceram, e os venceram a eles também, porque vejo uma vida estagnada...
Bem sei que têm todo o direito e liberdade de decidir o que querem fazer das suas vidas...
E eu decerto também terei o direito de sentir esta mágoa...
Hoje dirigi-me à Associação de Estudantes da Faculdade, para adquirir uma colectânea de frequências dos anos anteriores, para auxiliar o estudo e deparo-me com um rosto conhecido do outro lado do balcão.
Uma colega do ISSSL, que tirou a licenciatura de Serviço Social, na mesma turma que eu, durante os 5 anos. Fiquei espantada por vê-la ali a trabalhar, estivemos a pôr a conversa em dia.
Terminámos o curso em 2005, e muitas de nós, ainda nem sequer tiveram oportunidade de fazer o estágio profissional! Dizia-me que já perdeu a conta aos currículos enviados, começou a fazer o mestrado, já acabou a parte curricular, falta-lhe elaborar a tese, mas está reticente. Porque serão demasiadas as habilitações académicas e nulas a experiência profissional de suporte: "Se estivesse a trabalhar, seria diferente, colocaria em prática tudo isto!"
Perguntei pelas outras colegas, com quem foi mantendo contacto, quase todas estão a trabalhar no que conseguiram arranjar, que não tem nada a ver com Serviço Social, entretanto umas casaram, outras já são mães.
Tantas expectativas defraudadas, tanto sonho desconstruído, tanta vida amputada!
Sobra-nos o contentamento pela vivência do hoje e o suspirar pelo dia de amanhã!
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