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Um destes dias lembrei-me de ti, estava a desfiar bacalhau, veio-me à memória aqueles dias em que trazias da cozinha um rabo de bacalhau seco, ainda cheio de sal, enfiado no bolso, ias direiro à adega.
Sentavas-te no pedaço de troco que tinhas ali ao pé do pipo, eu noutro, era ver os cães e gatos a rodearem-nos, à espera, de pão, de bacalhau e comias, partilhavas comigo e com eles, bebias dois ou três copos de vinho, esse teu melhor amigo...num olhar conivente para que não disse-se nada à Avó, que mais tarde ou mais cedo iria dar por falta do bacalhau, iria suspeitar que estivemos ali e dava aso a mais uma interminável discussão.
Caramba, o que ambos sofremos nas mãos dela, hoje olho para trás e percebo o quanto foste/fomos martirizados, não só por ela, mas também pela vida.
Resignas-te, entregas-te ao teu melhor amigo, que te fazia esquecer, que não te deixava ouvir e assim vives-te, até à tua partida.
Tenho imensas saudades tuas, mas tenho que olhar em frente, não me posso resignar, simplesmente não posso.
Conto com a tua força para ultrapassar isto.
Um Beijo, para onde quer que estejas...
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