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Desde há cerca de um ano para cá que os meus pés se transformaram no meu "calcanhar de aquiles", sofro com o calçado como nunca, ao ponto de, por exemplo um par de ténis, estes por sinal, me terem feito uma unha negra nas magníficas férias em Barcelona.
Se até aqui, com um part-time e grande parte do tempo em casa, eu conseguia ultrapassar este problema, actualmente com o facto de ter de andar com sapatos, botas ou outro calçado nos pés o dia todo e palmilhar milhas semanais, as circunstâncias agravaram-se e muito.
Sei dizer-vos que já lá vai um mês desta rotina e tenho os pés com bolhas e queimados por cima e por baixo devido à fricção do calçado.
Não sei verdadeiramente como solucionar isto, tive uma boa experiência com calçado feito à medida para uma cerimónia e julgo que vou voltar a recorrer ao mesmo sítio para ver se consigo um "andar sem dor"! Mas não tenho garantias de nada...soluções, precisam-se!
Acabei à pouco de ver a grande reportagem SIC, sobre Safira, acerca da qual já tinha postado um link com a reportagem da Revista Visão.
Ver em imagem toda esta luta, levantou-me algumas questões e observações:antes de mais a atitude dos pais, aberta e investigadora face à doença, não aceitaram benignamente aquilo que lhes foi dito pelos médicos, questionaram e muito o que lhes estava a ser transmitido e logo aí, se depararm com alguma oposição e má vontade, pelos seus questionamentos ou melhor, pelo pôr em causa de um protocolo médico, realizado sempre da mesma forma, independentemente da doença e do paciente.
A existência de tratamentos alternativos, que como foi dito por um dos médicos na entrevista, são completamente ignorados pela comunidade médica da especialidade e até mesmo vistos com relutância, justificando-se com a falta de estudos efectivos acerca dos resultados. Acontece que estes estudos não surgem pela falta de recursos para os realizarem, tendo em consideração que ao doente já cabe o ónus do pagamento do tratamento, decerto não sobram meios para financiar entidades, ditas independentes, para levarem a cabo estudos comprovativos da eficácia e eficiência daqueles.
Mais, o poderio das farmacêuticas e dos políticos, dificilmente deixarão surgir tratamentos, que se verificam menos agressivos para os doentes mas simultaneamente menos lucrativos para quem detêm um lugar de primazia no mercado da saúde no momento.
Talvez através de casos como este se estejam a concretizar pequenos passos, que nos levem e rever a forma como estamos a encarar as doenças, isso e o prémio nobel da medicina, abram novas portas...
Eu sabia de antemão que isto iria ser difícil, uma luta diária, do levantar ao deitar, com uma criança, refeições, roupa e casa para orientar, foi amenizado pela ajuda de alguns e pela especial presença da minha mãe, que está cá há uma semana e me retirou um peso enorme das costas.
Agora a saudade, a distância, a falta que sinto, daquele que tanto amo, essa consome-me, e o correr dos dias, o skype e o telefone, por vezes não se tornam aliados, mas sim inimigos, que cavam ainda mais fundo o buraco da ausência, da falta do toque, do abraço e do calor do corpo do outro.
Até a nossa cama se uniu contra mim, ao demonstrar-se enorme, fria e sobretudo tão vazia...
que choca, que faz pensar...
A batalha por Safira
Visão, 27-10-2011
Sim, têm sido assim os meus últimos oito dias, em corridas de obstáculos, ora consigo saltar e ultrapassá-los, ora toco-lhe e a barra de obstáculo cai, ou então sou eu que caio e torno-me a levantar para continuar a correr.
O que verdadeiramente importa, nestes dias em que tudo nos acontece, é que tenho tido capacidade (e ajuda!) para ultrapassar tudo...
Por isso, o caminho faz-se caminhando, e nós estamos a correr sob os obstáculos!
...que mais cedo ou mais tarde isto ia acontecer!
Estar aqui sozinha, só com o filho, dependente de terceiros para muitas tarefas dá aso a toda a gente opinar sobre tudo, além de que agora surgem inúmeros convites, desde ir passar o fim de semana fora, ir a uma festa de aniversário, ir almoçar...
E no meio disto tudo o que é que eu quero??
Eu quero chegar a sábado, ter a casa limpa, as compras na praça e no sítio do costume feitas, a roupa lavada e passada, pode ser?
Pois, bem me parece que isso....afinal, não pode ser.
Esta semana foi tudo menos organizada, completamente atípica, sem rumo, nem orientação...cada dia foi diferente, em cada um deles sucederam-se problemas com maior ou menor urgência na sua resolução e culmina com este sábado, onde ainda a estas horas me procuro e não me encontro.
Preciso urgentemente de me reencontrar, de me organizar, de ter uma rotina que me dê estabilidade, onde não esteja simplesmente a nadar, sem rumo, somente para me manter à tona da água...e sozinha!
Faz-me falta...
Um abraço apertado.
Um beijo fugaz.
Um até breve.
Uma lágrima.
E agora, é o skype que nos ajuda a colmatar a distância...
Só para te dizer que vou ter saudades:
Das nossas gargalhadas magestrais, sem razão aparente;
Do teu humor sarcástico e mordaz;
Das nossas cantorias enquanto arrumamos a cozinha;
Dos teus mimos e carícias constantes;
Da magnífica equipa que formamos;
Do teu cheiro, do teu corpo;
Dos teus abraços e beijos.
Vou ter imensas saudades TUAS, mas fico, ansiosamente à espera do teu regresso...
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